Secretaria Municipal da Saúde

Sexta-feira, 3 de Outubro de 2025 | Horário: 14:15
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Semana Animal promove ciclo inédito de palestras 

Novidade possibilita o aprendizado e a troca de experiências sobre conteúdos acadêmicos
A foto mostra um grande grupo de pessoas reunidas em um teatro. Elas estão posicionadas no palco, em duas fileiras, e muitas levantam os braços em gesto de celebração e alegria. O auditório está escuro, com as poltronas vazias visíveis em primeiro plano.  No fundo, há uma tela de projeção com ilustrações de animais sorridentes e a frase “Semana Animal” em letras azuis, reforçando o clima festivo e o tema do encontro.  As pessoas no palco são diversas em idade, gênero e aparência, vestindo roupas casuais e coloridas. O ambiente transmite união, engajamento e espírito de confraternização, como se fosse o encerramento de um evento coletivo.

Pela primeira vez, a Semana Animal promoveu um ciclo de palestras sobre diversos temas que atraíram centenas de estudantes e profissionais de saúde ao Teatro Alfredo Mesquita, na região de Santana, zona norte da capital. Em sua 4ª edição, o evento é realizado pela Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e da Coordenadoria de Saúde e Proteção ao Animal Doméstico (Cosap), de 29 de setembro a 4 de outubro. 

“O evento vem crescendo a cada ano, com a inclusão de novas ações. Nesta edição, uma das novidades é o ciclo de palestras promovido para estimular o debate e a troca experiências sobre temas relevantes para o fortalecimento da vigilância em saúde e a promoção da saúde única”, explica Analy Xavier, coordenadora da Cosap. Para ampliar a interação, os palestrantes também responderam às perguntas do público.

A saúde única foi o eixo das palestras realizadas na quarta-feira, dia 1º de outubro. Pela manhã, o tema “Políticas e bem-estar animal na perspectiva One-Health” norteou as apresentações. “É preciso entender a conexão entre os animais, as pessoas e o meio ambiente, pois a saúde é única”, avalia Analy.

Esse equilíbrio entre a saúde humana, animal e ambiental foi o cerne da palestra “Um olhar integrado para a prevenção”. “O desmatamento contribui para o ressurgimento de doenças, pois reservatórios silvestres, como morcegos e roedores, perdem seu hábitat e migram para outras áreas, onde podem contaminar seres humanos e animais de criação ou domésticos”, analisa Fredy Galvis Ovallos, professor vinculado ao Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP).

Já a palestra “Manejo populacional ético de cães e gatos” destacou a importância da guarda responsável e os cuidados com os animais em situação de rua. “Os programas de registro, identificação, castração e vacinação dos animais diminuem a transmissão de doenças ao ser humano, como a raiva, a esporotricose, a toxoplasmose, entre outras. A cidade de São Paulo oferece esses programas há décadas, incluindo a microchipagem”, aponta Rosângela Ribeiro Gebara, diretora técnica do Instituto de Medicina Veterinária do Coletivo. 

Elos
O tema “O elo da saúde: vulnerabilidade animal e impactos na saúde pública” guiou as ativididades na parte da tarde. Em sua palestra sobre “Políticas públicas voltadas à saúde animal no município de São Paulo”, Analy contextualizou a criação da Cosap, da Covisa e da Divisão de Vigilância de Zoonoses (DVZ). Na sequência, foram apresentados os dados dos serviços prestados no município como as castrações e emissões do Registro Geral do Animal (RGA) e o pioneirismo da Prefeitura de São Paulo em disponibilizar assistência médico-veterinária aos cães e gatos por meio de hospitais veterinários públicos. "É evidente a consistência dos programas voltados à saúde animal no município, que tem sido modelo para diversas cidades do país."

Na apresentação “Teoria do elo”, Robis Nassaro, policial da reserva e consultor ambiental, abordou a violência sofrida pelos animais. “Quando um animal sofre violência, há todo um contexto de que mais pessoas naquela família ou naquela região estejam sofrendo também, sendo necessária uma atuação conjunta a fim de identificar e prevenir abusos.”

Ainda no tema sobre violência animal, a palestra “Indicadores comportamentais sugestivos de violência ao animal” mostrou as formas para identificar se um animal sofre maus tratos. “É fundamental avaliar toda a realidade do animal: o ambiente em que vive, a região e até aspectos culturais do local. Muitas vezes, situações de abuso estão relacionadas a esses fatores. Além disso, oferecer casinha, água e comida não significa, por si só, que o animal esteja bem cuidado. É necessário observar se o espaço é adequado, se não há sinais de sofrimento psicológico, como isolamento, falta de passeios, negligência. São várias vertentes a serem consideradas e os profissionais devem estar atentos a todas elas”, diz Vânia Plaza Nunes, médica veterinária, diretora técnica do Fórum Nacional de Proteção e Defesa dos Animais.

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