São Paulo se consolidou como referência global em gestão pública moderna ao ser a primeira capital do mundo a alcançar, de forma simultânea, o nível máximo — Platina — das certificações internacionais de Cidade Inteligente, Sustentável e Resiliente. O reconhecimento, concedido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), foi entregue ao prefeito Ricardo Nunes nesta terça-feira (16), em cerimônia no Edifício Matarazzo, sede da Prefeitura.
Para Ricardo Nunes, a certificação é um reconhecimento do trabalho da Prefeitura, que segue um protocolo para manter esse nível de qualidade. “Estou bastante feliz, é um avanço gigantesco que vai repercutir na melhora da qualidade de vida das pessoas, porque a gente vai cada vez mais melhorar os nossos serviços”, disse o prefeito, ressaltando que a cidade vai monitorar os indicadores para não haver redução da qualidade. “Muito pelo contrário, o objetivo é que a gente possa cada vez mais melhorar esses indicadores.”
O diretor de Certificações da ABNT, Antonio Carlos Barros, parabenizou a cidade pela manutenção da certificação e pelo comprometimento em zelar pelo crescimento, desenvolvimento e bem-estar dos seus munícipes.
“Estamos aqui também para reconhecer a consistência e a evolução da gestão municipal. Em outubro de 2024, São Paulo obteve a primeira certificação. Naquela ocasião, a cidade já demonstrava excelência, conquistando o nível platina em sustentabilidade e resiliência, e o nível ouro em inteligência urbana. Hoje, ao concluirmos o processo de manutenção da certificação referente a 2025, testemunhamos o resultado do compromisso contínuo dessa gestão”, destacou o diretor da ABNT. “É com satisfação que é anunciado que São Paulo, não apenas manteve os seus altos padrões, mas realizou um upgrade de nível, conquistando a certificação máxima, platina, nas três principais normas internacionais de gestão urbana.”
Vídeo institucional
Conjunto de indicadores
As certificações seguem normas internacionais da ISO e avaliam, entre outros aspectos, áreas como transporte, planejamento urbano, saneamento, educação, meio ambiente, segurança e desenvolvimento econômico. O processo é baseado em um conjunto amplo de indicadores técnicos mapeados pela ABNT, cujo levantamento e adequação são conduzidos pela Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Inovação e Tecnologia (SMIT) e de sua Coordenadoria de Gestão de Tecnologia da Informação e Comunicação (CGTIC).
De acordo com o diretor da ABNT, assim como o exame de saúde revela o estado real de um organismo, esta certificação fornece um diagnóstico detalhado do desempenho urbano. “É um retrato fiel do compromisso de uma cidade com a sustentabilidade e principalmente com a transparência.”
Cidade inteligente
Desde a certificação anterior — quando São Paulo havia obtido duas Platinas e um Ouro — a cidade avançou de forma consistente, especialmente no eixo de Cidade Inteligente, que passou de Ouro para Platina. Um dos destaques está na segurança urbana: atualmente, mais de 40 mil câmeras estão integradas ao programa Smart Sampa, utilizando inteligência artificial para apoiar a tomada de decisões e contribuir para a redução da criminalidade.
Na área ambiental, os indicadores também refletem uma mudança estrutural. A frota municipal atingiu a marca de 1.000 ônibus elétricos em operação, ampliando a mobilidade de baixa emissão e contribuindo para a melhoria da qualidade do ar. Na gestão de resíduos, mais de 200 veículos movidos a biometano atuam na coleta, reduzindo a emissão de poluentes. O município conta ainda com 100% de coleta seletiva e 130 ecopontos, incluindo o primeiro da cidade destinado ao recebimento de resíduos têxteis.
O verde urbano também ganhou escala. Foram plantadas mais de 120 mil árvores e inaugurados 12 parques, ampliando as áreas verdes da capital. A cidade de São Paulo já ultrapassa 50% de cobertura vegetal. Até 2028, a capital terá 50 bosques do programa Bosques Urbanos.
O reconhecimento internacional reforça essa trajetória. Pelo quarto ano consecutivo, São Paulo recebeu, em março, o título de “Cidade Árvore do Mundo” (Tree Cities of the World), concedido pela ONU em parceria com a FAO e a Arbor Day Foundation. Em novembro, durante a COP30, a capital foi vencedora do prêmio Local Leaders Awards, da Bloomberg Philanthropies, pelo programa de eletrificação da frota de ônibus. No início deste mês, a cidade também entrou para o Guinness World Records™ como o maior programa municipal de segurança alimentar do mundo, tornando-se a primeira a obter esse reconhecimento.
Além da agenda ambiental, a inovação aplicada à gestão urbana tem ampliado serviços e políticas públicas. São Paulo opera uma das maiores redes urbanas inteligentes do mundo, com soluções digitais voltadas ao monitoramento da cidade, à gestão das águas — como o Aquático São Paulo, primeiro transporte hidroviário da capital —, e ao inventário arbóreo, que digitaliza e acompanha todas as árvores urbanas. O município também lançou um guia de compras públicas sustentáveis, orientando os servidores a incluir critérios ambientais e sociais em todas as contratações.
Segundo a World Council on City Data (WCCD), cerca de 100 cidades, distribuídas em 35 países, possuem atualmente certificações internacionais de Cidade Inteligente, Sustentável e Resiliente. No Brasil, seis municípios contam com certificação ISO. Além de São Paulo, são reconhecidas São José dos Campos, com três Platinas; Pindamonhangaba, com Platina, Ouro e Platina; Recife, com uma Platina; Salvador, com Ouro, Bronze e Platina; e Lagoa Dourada, em Minas Gerais, com Ouro.
A certificação tem validade de 12 meses e exige monitoramento contínuo. Mesmo após a conquista do nível máximo, o trabalho de avaliação e aprimoramento segue em andamento. Da primeira certificação, obtida em outubro de 2024, até a atual, São Paulo ampliou em nove o número de indicadores atendidos. Dos 276 indicadores avaliados pela ABNT, a capital pontuou em 258, reforçando um modelo de gestão orientado por dados, inovação e foco direto na melhoria da qualidade de vida da população.
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