Inspiradas por trajetórias como as de Carolina Maria de Jesus, Ariano Suassuna, Cora Coralina, Sérgio Vaz, Emicida, Lázaro Ramos, Kiusam de Oliveira, e tantos outros autores que transformaram a vida pela palavra, as crianças e os jovens da Rede Municipal aprendem a se conectar com narrativas que dialogam com suas realidades e sonhos. Essa é a missão do Projeto Academia Estudantil de Letras (AEL).
Desde a sua criação em 2005 o projeto alcançou em 2025 o número recorde de 297 academias instituídas nas escolas municipais, com a participação de cerca de 8 mil estudantes e 500 educadores. Este ano também marcou a celebração de duas décadas do projeto que é uma política pública permanente na cidade de São Paulo assegura pela Lei n° 17.459 de 2020.
O número deste ano representa um crescimento de 50% nos últimos 4 anos quando eram cerca de 198 academias. Em comparação ao primeiro ano do projeto, a ampliação é de mais de 800%. A AEL é uma autêntica Academia de Letras com adaptações para o público estudantil. Cada academia carrega orgulhosamente o nome de algum autor, escolhido em um processo coletivo e democrático.
A iniciativa também serviu de modelo e inspiração para a implantação de Academias Estudantis de Letras em diversas cidades no país, comprovando a relevância social e o impacto pedagógico na formação cidadã, desenvolvimento integral, escuta sensível, leitura crítica e ampliação de repertórios.
Neste ano a AEL também está sendo expandida para a Educação Infantil e já são 13 unidades de CEIs e EMEIs que realizam o projeto, beneficiando também bebês e crianças de até 5 anos. Reforçando a importância da literatura na primeira infância.
Formação literária e cultural
Nas academias, os estudantes pesquisam a vida e a obra de seus “amigos literários”, compartilham descobertas, fazem seminários, escrevem, criam e refletem. Descobrem que literatura também é lugar de pertencimento. A cada encontro, ganham autonomia, ampliam o repertório cultural e experimentam diferentes linguagens como teatro, poesia, música, slam, dança, artes visuais e muito mais.
A participação em eventos literários também fortalece essa vivência. Neste ano o Fli Sampa, Festival Internacional Literário de São Paulo, mobilizou cerca de 3.300 estudantes e contou com a participação de 67 autores e escritores, além de espaços com 30 editores. Alguns nomes de destaque foram Conceição Evaristo, Pedro Bandeira e Valter Hugo Mãe. A Semana de Arte Moderna da AEL também foi espaço de protagonismo, reunindo 3.500 estudantes em 150 apresentações em CEUs da cidade.
O legado dessas experiências ecoa ao longo dos anos. Ex-estudantes retornam às unidades para contar como a AEL os ajudou a escolher caminhos, superar desafios ou, simplesmente, acreditar em sonhos inspirados pela participação no projeto. Troca de experiências que inspiram os novos estudantes e mostram a potência da iniciativa.
Saiba mais sobre o projeto:
Academia Estudantil de Letras – AEL